Sincera



A sinceridade
De uma idade
Vem da sua maturidade

Mas já sou velho
Que não ouve conselho
Não aprendi a ser sincero

Faço da emoção
Um enterro
De desterro

Em um amor milenar
E constante

O fim chega
A escuridão passa a ser solidão
Noite

Tão escuro quanto uma sombra
Ventos frio
como o inverno

Na meia noite
O toque
Os sinos balançam

Em dia
de lua cheia
As corujas dormem

Longe assim


Um dia
Ou talvez nunca
Parta para o mar

Posso me perder
no enorme jardim

Mas o brilho
Nas profundezas ou não
A encontraria
Lúdico sorriso


Sua boca é como o vento vigilante
O ar sufocante
Ninguém há de contestar seu lindo sorriso
Seu olhar sereno
toma conta de mim
Um belo veneno
Viso seu lábios impudico
Nego eles a mim mesmo

Pequena muda
Como as árvores
Somos presos
a sentimentos, desejos
As folhas é o pensamento
O caminho são as raizes
Milênio


Você foi embora
Na aurora
Não aguento essa demora
Por que senhora
           
No arrepio
de um assobio
Num dia sombrio
           
Lembro nosso momento
Em novembro seu fingimento

Borda do mar

Garota que vive na praia
Que usa saia
Que brisa

Menina
me fala sobre o mar
Que eu te ensino a amar

O céu está caindo
Como o vidro de um espelho
se desperdaçando em uma queda


O mundo que era antes
Agora são pedaços
Como um traço afogado


Vejo o rádio tocando a música
Enquanto isso caindo
A música continua
Catavento

Meu bem, você é como o céu
E eu sou um pássaro:
Onde eu estou, você está.

Os seus ventos
dançam comigo
viajo com eles

Quando você chora
eu não consigo voar
O céu fica escuro
Mas quando o tempo passa
Um lindo arcos iris surge

Eu vi
Você, meu bem

Uma estrela sorrir
De um jeito tão feliz
Eu a quero só pra mim

Como as estrelas que há na noite
Distante
Eu só a vejo e
a desejo
Um pedido

Um pedido
Aos ventos
Que eles levem consigo
Meus versos
A ti

Que o sopro do mar
não os faça ficar perdidos

Que ele não fique sumido
Que meu querido
Seja sentido

A Orquídea que brotou

Surgiu em uma manhã
Perto da lagoa
Na névoa do bosque

O inverno ficou como a primavera
A lagoa que nunca tivera um cardume
Aparentou ter
Um perfume que seguia até parar na ponte

No meio da tarde
Um pássaro se encantou se
Desceu do céu amarelo
E a levou consigo

Aos poucos
O bosque voltava a ser como era:
Cinzento