Reticências



Aconteceu mais uma vez
Já não lembro quantas foram
E agora escrevo novamente

Continuo a escrever sem saber
Sei que amar é sofrer
Tenho que falar para seus ouvidos
Tudo aquilo que vivo

Cada um escolhe como viver
Descrever com palavras é temer
Que um dia possa esquecer

Desconhecida



Todo dia ela vai pra mesa
Se alimentar com a nobreza
Fazer coisa de princesa
Comer, comer para sua beleza

Ela fica lá no alto do castelo
Com seus olhos no céu
Observando o desenhar
Do caminhar das nuvens

Na noite surgem
Os sentimentos escondidos
Que são desconhecidos
E contidos

Então ela acorda
De maneira esforçada
Para sua luta buscar


Suave



Lábios que são como um tecido
Que qualquer lâmina as cortam
De uma ternura sútil

Prónuncias começam soar
Em um mar de palavras
Começam a bailar
O vento rodeia a árvore
Folhas dançam em volta

Que belas palavras
Se soltam no ar
Que me fazem desejar
Ouvir ela a cantar